sábado, 30 de maio de 2015

PORQUE CRIEI O BLOG

          Para relatar experiências vividas com as diferenças presenciadas na Aprendizagem das crianças com Necessidades Especiais, que enfrentam muitas dificuldades para se adaptar em nosso mundo tão egoísta, que pensa sempre em si mesmo e não nos outros.

            Foi deveras inspirador descrever o que presencio todos os dias na escola. Essa é a carreira que também quero seguir, ajudando os com Necessidades Especiais, jovens ou não, a garimpar este mundo e construir seu lugar nele!

ENTREVISTA COM A PROFESSORA NILMA

ENTREVISTA COM A PROFESSORA NILMA

NOME: Nilma Andradina Marcon        IDADE: 45 anos     TEMPO DE DOCÊNCIA: 26 anos

1) O que motivou você a trabalhar com a inclusão?
R.: Desde pequena convivi com várias pessoas com Necessidades Especiais, e minha mãe as ajudava a estudar e aprender, e eu quis seguir a mesma carreira que ela. Era encantador o modo como ela tinha paciência com os alunos, e como eles reconheciam isso e também se desenvolviam e superavam suas limitações. Por isso, quando surgiu a oportunidade de trabalhar na Sala de Recursos Multifuncionais, eu a abracei com todas as minhas forças.
2) Quais os desafios que você enfrentou quando começou neste trabalho?
R.: Muitas vezes pensei em desistir, pois a instituição onde eu trabalhava anteriormente não fornecia formação suficiente para eu saber lidar com cada uma das deficiências dos alunos que eu atendia, e porque cada aluno tem seu próprio ritmo, devendo ser respeitado. Também temos de conquistar a confiança da criança. Por conta própria, eu comecei a estudar, e fazer pesquisas profundas a respeito do assunto. Isso era um desafio, pois eu tinha de comprar tempo de lazer com a família, e de descanso, para melhorar meu atendimento, e atender às necessidades e expectativas dos alunos, colegas, e famílias dos mesmos.
3) Por que você continua nesta área de atuação?

R.: Porque é especialmente empolgante presenciar o desenvolvimento de cada aluno, perceber as mudanças que ele vai fazendo conforme constrói seu próprio modo de encarar e enfrentar o mundo, de acordo com as orientações norteadoras que nós professores vamos lhes dando. Sinto-me plenamente realizada profissionalmente, e cada aluno novo que recebo é um novo desfio. Isso mantém-me bastante envolvida, e até agora não me cansei desta área.

Meu amigo diferente é especial!

Vejam só que desenho lindo! E a entrevista melhor ainda!




Entrevista (criança 1)
1.     Quem é seu amigo no desenho?
R.: É o Gabriel.
2.     Por que seu amigo é especial?
R: É porque eu gosto muito dele.
3.     Como você ficou sendo amigo dele?
R: Ah, eu conheço ele da creche. Daí a gente brincava.
4.     O que é diferente nele?
R: Ah, ele tem uma doença que não deixa ele fazer toda a lição. Ele fica deitado no chão às vezes, e fica falando que não quer outro caderno, só aquele amarelo. (O aluno tem autismo, num grau que consegue se relacionar, conversar e até brincar, mas é bastante resistente a qualquer mudança na rotina, característica comum no Autismo).
5.     Como você e seus colegas tratam seu amigo Gabriel?
R: A gente ajuda ele a fazer a lição, acalma ele, porque ele é nervoso. Mas eu gosto muito dele.



Mais um desenho e entrevista especiais!


Entrevista(criança 2)

1.     Quem é seu amigo no desenho?
R.: O Gá(o mesmo Gabriel do primeiro desenho).
2.     Por que seu amigo é especial?
R: Ele me dá flores. Os outros dizem que ele é meu namorado.
3.     Como você ficou sendo amigo dele?
R: Eu falei com ele e daí ele falou comigo, e daí ficamos amigos.
4.     O que é diferente nele?
R: Ele grita muito quando vem professora diferente. E gosta das coisas sempre do mesmo jeito.
5.     Como você e seus colegas tratam seu amigo Gabriel?

R: Eu tento acalmar ele quando ele grita, e falo pra ele que dá pra entender ele sem gritar, e que ele tem que fazer a lição, porque ele já aprendeu, então tem que fazer.




Outro desenho e entrevista maravilhosos!
Entrevista(criança 3)
1.     Quem é seu amigo no desenho?
R.: Ele é o Quinzinho.
2.     Por que seu amigo é especial?
R: Ele é muito inteligente, a professora sempre fala.
3.     Como você ficou sendo amigo dele?
R: Ele chegou na minha classe, e ficou lá. A gente começou a conversar e então eu descobri que ele mora perto da minha casa.
4.     O que é diferente nele?
R: Ele anda de cadeira de rodas.
5.     Como você e seus colegas tratam seu amigo Quinzinho?
R: Todo mundo gosta dele, ele chama todos de ‘meu amor’. A gente empurra a cadeira para ele, quando vamos ao recreio. Mas a professora não quer que empurre, porque ele tem que treinar as mãos para empurrar.